segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Elas duas caminhavam mais devagar que as ondas do mar.
Elas quatro no espelho d'água que se forma na areia.
As roupas curtas, os risos largos e os braços dançando ao lado do corpo. Infantilmente.
Elas duas no pôr-do-sol. Douradas.

Olham o mar, as ondas, as pranchas, as sungas.
Risos que puxam os cabelos para trás das orelhas.
Pensamentos que fecham os olhos.
Olham para baixo.
Pensam no mesmo, elas duas.

Elas duas querem outros dois.
Eles quatro brincando no mar.
Elas duas na areia a sonhar.

Eles oito no espelho do mar balançando as mãos dadas.
Infantilmente.

Suas pegadas escrevem versos na areia.
Oito pegadas. Marcadas e apagadas no espelho d'água.
Como se as ondas se alimentassem de versos e bebessem histórias sobre mãos dadas.

Eles quatro e o verão a acabar.
Elas duas e história a contar.
Eles dois e ondas a surfar.

E o mar.
Arredio, dourado, alimentado.



JG


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