segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A ansiedade me consome, me come, meu tempo some.
E eu estou cruo, eu suo, mas não construo um futuro.
E eu tenho um sonho tamanho que-eu componho e não ganho
E eu canto tanto meu pranto, eu fujo, e sou o absurdo.

Eu passo dia cansado, eu vivo, trago e não faço
Eu trepo e bebo desgraças, finjo que danço a lambada
Eu nado fácil de costas numa piscina de cinzas
Juro que não sou das massas, eu quero tudo e sou nada.

E ando...

Numa avenida sem ladeira, sem bueiros

Num parque sem videiras, sem canteiros

Num precipício, sem beira

Num queira queira e não queira


No meu sonho sem Dalí, tudo é normal a vida inteira.

Um comentário:

  1. tocar o líquido esperando sólido, assim me sinto sonhando, alcançando, mas não me contentando, porque efêmero, quando me dou conta só tenho lembrança e um corpo diferente do que segundos atrás, que em vez de segundos são dias e meses. aqui o tempo parece passar mais rápido.

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