Fiz sol em mim. Assoprei as nuvens e deixei chover em algum lugar onde não desse às vistas. Pisquei meus olhos e eles se azularam como que celestes. Radiei calor pelos dedos e na palma da mão fiz uma flor brotar como forma de novo-dia. Descalcei o asfalto preso aos calcanhares e caminhei com pés de vento. Onde pisei era areia e praia. Meu corpo-mundo brilhou. Quando falei, cantei. Quando ouvi, rodopiei. Quando sorri, o mundo-mundo silenciou em branco.
"Vem!"
Me deu a mão cinzenta. Deixou a cadeira preta. Não desligou o monitor em que trabalhava. Os olhos de bits piscaram e começou a ver. Arriscou falar e cantou. Fez sol em si.
Fomos.
JG
"Acordei bemol
Tudo estava sustenido
Sol fazia
Só não fazia sentido"
-Paulo Leminski-
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