domingo, 2 de maio de 2010

Fases dos flashes

Esses dias resgatei uma câmera fotográfica analógica que meu tio guardava há uns 20 anos sem saber por quê. Devia estar guardando pra mim. Ela ficou no fundo do armário, no meio dos documentos antigos empoeirados durante todo esse tempo, em uma caixa quase rasgada, esquecida no ir e vir das mudanças. Mas na última mudança quem a encaixotou fui eu e fiz questão de salvá-la do pobre destino com cheiro de naftalina. Então comprei filme e bateria e saí testando - a cada flash, um flashback.

Memórias de quando tinha que abrir a máquina no escuro para pôr o filme e esperar alguns dias para revelar, ou quando veio a grande evolução da revelação em uma hora! E como a gente colocava as fotos nos álbuns da kodak e guardava os negativos "pra depois ampliar!", mas nunca o fazíamos. Os álbuns empilhavam-se nos armários e eram espalhados na sala de (quando) visitas. Ah, essa nostalgia inerente à imagem congelada.

Ás vezes a gente precisa de um momento calmo pra estudar nossa própria história e lembrar como éramos e no que estamos nos tornando. Quando estou na casa dos meus pais, sempre pego esses álbuns antigos e fico me vendo desde a barriga da minha mãe (aquela foto dela, grávida e de biquini haha), passando pelas fotos de criança (vestido de caipira na festa junina do primário), com a família inteira no natal e a moda dos anos 90. Mas aí tudo pára na adolescência! Desgraça de máquinas digitais... (e não me venham com argumentos de possibilidades tecnológicas).

Resolvi meu problema tentando utilizar bem os álbuns do orkut e os posts do fotolog (que, se depender de mim, nunca serão deletados). E hoje me pego passeando por esses pixels, vendo como a evolução foi boa. Cada álbum é uma fase única, com personagens interessantes e tramas que constrõem a personalidade do protagonista. Os capítulos estão cada vez mais distantes e eu nunca vou deixar de registrar imagens que um dia me relembrem daquele dia que passou - e qual passagem foi escrita naquele dia.

A cada foto que vejo, eu penso "era uma vez, um menino...".



JG


"Vejo o futuro repetir o passado.
Vejo um museu de grandes novidades.
O tempo não pára!"
Cazuza

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