domingo, 6 de setembro de 2009

Chuva, frio e domingo. Não podia ser mais óbvio, mais melodramático.

Ela se debruçou sobre o umbral da janela assistindo aos que passavam pela rua fugindo dos pingos que caíam. Nesse momento pensou na tarde em que seu amor partiu. Fugiu de seus braços e se entregou à guerra como se entregava a ela.

Eu fui até a janela e o que vi foram pessoas de guarda-chuva, o asfalto molhado e as folhas se aglomerando nas sarjetas entupidas. Do jeito que é esperado em dias assim. Olhei a previsão do tempo, dei um palpite para a temperatura. Acontece como a metereologia disse.

Liguei a TV para ver as notícias, mas passava um filme triste. Fiz um chá. E pensei que meu amor não está na cidade. Organizei os textos que deveria ler ao longo dia. E o som da chuva lá fora inundava meus ouvidos. Arrumei o quarto. Joguei fora os papéis inúteis. Ouvi a janela batendo. Ouvi a batida no meu peito sentindo sua falta. Li as manchetes no jornal. Arrumei as cortinas. Olhei a rua.

Desliguei a TV, tomei o chá, fechei os olhos e me debrucei sobre o umbral da janela...





JG

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