quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Um dia um homem nasceu menino com o coração enforcado no cordão umbilical. Nascia com o coração apertado, ingênuo, quase não pertencia a ele. Um coração que nasceu já rebelde e adolescente, e, devido à desgraça que lhe mutilou quando veio ao mundo, nunca iria amadurecer. O amor que encerrava, quando quieto na barriga da mãe, foi empremisdo, arrancado, e hoje ele não desiste de procurá-lo. Foge do próprio corpo e tropeça, se rasga, se mutila, mas não desiste, pois, se venceu a forca quando nasceu, não ia desistir do amor que lhe foi arrancado.

Pobre coração que não sabe que nasceu vazio e nada lhe foi tirado ou reposto. Quando nasceu apertado o problema era só seu.

Pobre coração iludido que sente falta do que nunca existiu. Vai continuar correndo os olhares, cansado, ofegante, e vai parar um dia. E quando parar vai ser só do que sempre foi feito: esperança e sangue.

JG

"We all go round and round
Partners of lost and found
Looking for one more chance
All I know is,
We're all in the dance"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, critique, elogie, adicione um pensamento, um verso... mas não deixe passar em branco.