sábado, 27 de setembro de 2008

Do início.

A primeira lição que tomei, da época que escrevia muito e muita bobagem, é que a escrita boa só aparece quando você não quer e não tem um pedaço de papel.
A segunda é que os melhores escritos surgem quando os dedos estão embriagados de melancolia e a boca embriagada de maldções.
A terceira é que, para pensar em escrever, deve-se escrever primeiro e depois pensar.

Hoje, essas regras me estimularam a recomeçar a escrever.
Escrever só por escrever: descansar o coração cansando os dedos.

Desculpa se me expresso como um aprendiz mal-educado e rebelde, mas... "Penetra surdamente no reino das palavras e" brinca! As palavras não são tão pesadas como alguns pensam que são. Uso cada uma junta da outra pra tentar formar um sentimento só que nunca se expressará da maneira correta. E as traduções, as interpretações, as hermenêuticas... nunca serão sinceras e genuínas. Que se lasquem!

Aprendi a escrever para deitar a cabeça vazia no travesseiro à noite. Quando a raiva vem, quando as lágrimas caem, quando os clichês aparecem inevitavelmente, eu escrevo. Não me interessa o produto: receita de torta ou poemas épicos de versos alexandrinos.

Na maioria das vezes gero só um mal-dizer infantil, reconheço nesses meus primeiros dizeres.
Não ligo.
Me recupero nos pensamentos que guardo, que não escorregaram pro teclado.

JG


"Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam."
-Carlos Drummond-

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