Conclusão após um semestre: São Paulo me fez descriativo. (ponto)
Não me venha com palavras de consolo. É isso que acontece comigo de baixo da neblina cinza.
Uma rotina com ápices e abismos que tornou comum os passos, dados uns atrás dos outros. Já não têm me levado a lugar algum. Ando meio desnorteado. É fato dado. As conversas não são mais interessantes, as palavras que digo já não causam arrepios. Desaprendi a sentir.
Só um grande amor me acordava e ligava o modo cinematográfico de cores impressionistas que se escondeu dentro de mim. Outro dia ainda fiz surpresas amorosas como correr em meia hora para dizer que "te adoro" e acordar bem cedo pra deixar uma flor na sua porta. E nessas horas sabia que estava vivo e não me entreguei à inércia do dia-a-dia.
Mas me reconheço como bipolar por natureza. Geminiano dá nisso, sabe? E o ciclo volta a se manifestar. O cinza volta ao seu lugar. O cinema continua dentro do estúdio: com vento falso, sol-de-mentirinha e falas prontas que dispensam reflexões prévias.
JG
"Minha vida não foi um romance
Ai, de mim... já se ia passar
Pobre vida que toda depende
De um gesto, um sorriso, um olhar."
-Mário Quintana-
sábado, 27 de setembro de 2008
Do início.
A primeira lição que tomei, da época que escrevia muito e muita bobagem, é que a escrita boa só aparece quando você não quer e não tem um pedaço de papel.
A segunda é que os melhores escritos surgem quando os dedos estão embriagados de melancolia e a boca embriagada de maldções.
A terceira é que, para pensar em escrever, deve-se escrever primeiro e depois pensar.
Hoje, essas regras me estimularam a recomeçar a escrever.
Escrever só por escrever: descansar o coração cansando os dedos.
Desculpa se me expresso como um aprendiz mal-educado e rebelde, mas... "Penetra surdamente no reino das palavras e" brinca! As palavras não são tão pesadas como alguns pensam que são. Uso cada uma junta da outra pra tentar formar um sentimento só que nunca se expressará da maneira correta. E as traduções, as interpretações, as hermenêuticas... nunca serão sinceras e genuínas. Que se lasquem!
Aprendi a escrever para deitar a cabeça vazia no travesseiro à noite. Quando a raiva vem, quando as lágrimas caem, quando os clichês aparecem inevitavelmente, eu escrevo. Não me interessa o produto: receita de torta ou poemas épicos de versos alexandrinos.
Na maioria das vezes gero só um mal-dizer infantil, reconheço nesses meus primeiros dizeres.
Não ligo.
Me recupero nos pensamentos que guardo, que não escorregaram pro teclado.
JG
"Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam."
-Carlos Drummond-
A segunda é que os melhores escritos surgem quando os dedos estão embriagados de melancolia e a boca embriagada de maldções.
A terceira é que, para pensar em escrever, deve-se escrever primeiro e depois pensar.
Hoje, essas regras me estimularam a recomeçar a escrever.
Escrever só por escrever: descansar o coração cansando os dedos.
Desculpa se me expresso como um aprendiz mal-educado e rebelde, mas... "Penetra surdamente no reino das palavras e" brinca! As palavras não são tão pesadas como alguns pensam que são. Uso cada uma junta da outra pra tentar formar um sentimento só que nunca se expressará da maneira correta. E as traduções, as interpretações, as hermenêuticas... nunca serão sinceras e genuínas. Que se lasquem!
Aprendi a escrever para deitar a cabeça vazia no travesseiro à noite. Quando a raiva vem, quando as lágrimas caem, quando os clichês aparecem inevitavelmente, eu escrevo. Não me interessa o produto: receita de torta ou poemas épicos de versos alexandrinos.
Na maioria das vezes gero só um mal-dizer infantil, reconheço nesses meus primeiros dizeres.
Não ligo.
Me recupero nos pensamentos que guardo, que não escorregaram pro teclado.
JG
"Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam."
-Carlos Drummond-
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